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11/10/23 às 19h11 - Atualizado em 5/03/25 às 15h48

Outubro Rosa: vamos falar sobre câncer de mama?

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Reunimos as perguntas mais frequentes sobre o câncer de mama para te ajudar a entender melhor a doença, a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

 

O que é?

 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil, excluindo o câncer de pele não melanoma. A Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil (INCA, 2014). O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos.

 

Existem vários tipos de câncer de mama?

 

Sim. Existem vários tipos de câncer de mama e maneiras diferentes de descrevê-los. O tipo de câncer de mama é determinado pelas células específicas da mama afetadas. A maioria dos cânceres de mama são carcinomas, que são tumores que começam nas células epiteliais que revestem órgãos e tecidos do corpo. Quando os carcinomas se formam na mama, geralmente são um tipo específico denominado adenocarcinoma, que começa nas células de um ducto mamário ou nas glândulas produtoras de leite (lóbulos). A maioria dos casos, quando tratados precocemente, apresentam bom prognóstico. Hoje em dia é fundamental que se obtenha o perfil de alguns genes (informações no DNA) dos tumores antes de tratá-lo, até mesmo antes da cirurgia.

 

Câncer de mama in situ versus Câncer de mama invasivo:

 

O tipo de câncer de mama também pode se referir se o câncer se disseminou ou não. O câncer de mama in situ é um câncer que começa no ducto de leite e não cresce no restante do tecido mamário. O termo câncer de mama invasivo (ou infiltrante) é usado para descrever qualquer tipo de câncer de mama que se disseminou no tecido mamário circundante.

 

Carcinoma ductal in situ (DCIS). Também conhecido como carcinoma intraductal é considerado não invasivo ou câncer de mama pré-invasivo.

 

Câncer de mama invasivo. O câncer de mama invasivo (ou infiltrante) é aquele que se disseminou pelo tecido mamário adjacente. Os tipos mais comuns são o carcinoma ductal invasivo e carcinoma lobular invasivo. O carcinoma ductal invasivo representa entre 70 a 80% de todos os cânceres de mama.

 

 

Tipos especiais de câncer de mama invasivos:

 

Alguns cânceres de mama invasivos têm características especiais ou se desenvolvem de maneiras diferentes que afetam seu tratamento e prognóstico. Esses cânceres são menos comuns, mas podem ser mais graves do que outros tipos de câncer de mama.

 

Câncer de mama triplo negativo. O câncer de mama triplo negativo é um tipo agressivo de câncer de mama invasivo, representa cerca de 15% dos cânceres de mama. É um câncer difícil de ser tratado.

 

Câncer de Mama Inflamatório. O câncer de mama inflamatório é um tipo raro de câncer de mama invasivo, que representa de 1 a 5% dos cânceres de mama.

 

Tipos menos comuns de câncer de mama:

 

Existem outros tipos de câncer de mama que afetam outros tipos de células na mama. Esses cânceres são muito menos comuns e às vezes precisam de diferentes tipos de tratamento.

 

Doença de Paget. A doença de Paget começa nos dutos mamários e se dissemina para a pele do mamilo e para a aréola. É raro, representando de 1 a 3% dos casos de câncer de mama.

 

Angiossarcoma. Os sarcomas da mama são raros, representando menos de 1% dos cânceres de mama. O angiossarcoma começa nas células que revestem os vasos sanguíneos ou linfáticos. Pode envolver o tecido mamário ou a pele da mama. Alguns podem estar relacionados ao tratamento radioterápico prévio dessa região.

 

Tumor Filoide. É um tipo de tumor de mama muito raro, que se desenvolve no tecido conjuntivo (estroma), em contraste com os carcinomas, que se desenvolvem nos ductos ou lóbulos. A maioria é benigna, mas existem outras que são malignas (câncer).

 

 

Como a mulher pode perceber a doença? (Sinais de Alerta)

 

 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), a mulher pode perceber:

– caroço (nódulo) geralmente indolor

– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com “casca de laranja”

– Alterações no bico do peito

– Pequenos nódulos na axila ou pescoço

– Saída de líquido anormal nas mamas

 

Deve-se lembrar que nem todo caroço é um câncer de mama, por isso é importante consultar um profissional de saúde.

 

Como descobrir a doença mais cedo?

 

 

A detecção precoce é uma forma de prevenção secundária e visa a identificar o câncer em estágios iniciais, momento em que a doença pode ter melhor prognóstico. É preciso diferenciar a detecção precoce das ações de prevenção primária, pois essas têm por objetivo evitar a ocorrência da doença e suas estratégias são voltadas para a redução da exposição aos fatores de risco. Por outro lado, os métodos existentes para a detecção precoce do câncer de mama não reduzem a incidência, mas podem reduzir a mortalidade pela doença.

 

Existem duas estratégias de detecção precoce: rastreamento e diagnóstico precoce (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007).

 

Toda mulher com 40 anos ou mais deve procurar um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente, além disso, toda mulher, entre 50 e 69 anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. O serviço de saúde deve ser procurado mesmo que não tenha sintomas!

 

O que é o exame clínico das mamas?

 

O exame clínico das mamas é usado como método tanto diagnóstico quanto de rastreamento. Como método diagnóstico, realizado por médico ou enfermeiro para diagnóstico diferencial de lesões palpáveis da mama, é um complemento essencial na investigação diagnóstica de doenças mamárias e o primeiro método de avaliação diagnóstica na atenção primária. Como rastreamento, é entendido como um exame de rotina feito por profissional de saúde treinado – enfermeiro ou médico – realizado em mulheres saudáveis, sem sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama. Se porventura houver alguma suspeita ou achado, o profissional procederá a investigação com a mamografia.

 

O que é mamografia?

 

É um exame muito simples de imagem realizada para avaliar quaisquer alterações suspeitas na mama.

 

 

O que pode aumentar o risco de ter câncer de mama? (Fatores de Risco)

 

 

O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como:

 

Fatores de Risco Ambientais

 

-Obesidade e sobrepeso principalmente após a menopausa

-Sedentarismo (não fazer exercícios)

-Consumo de bebida alcoólica

-Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X)

 

Fatores de Risco Hormonais

 

-Primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos;

-Não ter tido filhos;

-Primeira gravidez após os 30 anos;

-Não ter amamentado;

-Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;

-Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos

 

Fatores de Risco Genéticos

 

-História familiar de câncer de mama e ovário, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos

-Alteração genética

 

A mulher que possui esses fatores genéticos tem risco elevado para câncer de mama.

 

O que mais a mulher pode fazer para se cuidar?

 

 

A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis. De modo geral, a prevenção baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores, especificamente aqueles considerados modificáveis.

 

Ter uma alimentação saudável e equilibrada (com frutas, legumes e verduras), praticar atividades físicas (qualquer atividade que movimente seu corpo) e não fumar. Essas são algumas dicas que podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer.

 

O câncer pode voltar mesmo após a mulher ter “alta”?

 

Sim. O câncer pode retornar mesmo após a realização de um tratamento que tinha o objetivo de cura, chamamos isso de recidiva. Ela pode ser na mesma região (mama ou axila), ou pode surgir em outros órgãos do corpo, o que é conhecido como metástase. A probabilidade do câncer voltar é maior quanto maior for o estágio ao diagnóstico (tamanho do tumor e envolvimento de células malignas nos gânglios axilares).

 

O câncer de mama tem cura?

 

Sim, tem cura. Assim como praticamente todos os outros cânceres. Entretanto, a cura está relacionada de modo direto à possibilidade de se fazer um  diagnóstico precoce e a qualidade do tratamento recebido. Um tumor pequeno de mama pode ter chances de cura em até 95% quando diagnosticado em fase inicial.

 

Como prevenir

 

Exames de rotina: o diagnóstico precoce é a melhor chance de detectar a doença, 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura. A mamografia, recomendada a partir dos 40 anos para mulheres que não tenham histórico familiar da doença, é o melhor exame para detectar o tumor.

 

Autoexame: a orientação atual é que a mulher faça a observação e a autopalpação das mamas sempre que se sentir confortável para tal, sem necessidade de uma técnica específica de autoexame.

 

Hábitos saudáveis: os hábitos saudáveis, aliados à realização de exames preventivos periódicos são a forma mais adequada de prevenir o câncer. As principais recomendações são alimentar-se  bem, priorizando alimentos não processados; manter o peso corporal equilibrado, realizar atividades físicas;  evitar o consumo de bebidas alcoólicas; cuidar da saúde emocional e mental; dormir bem;

 

Tratamento

 

O tratamento do câncer de mama é feito por meio de uma ou várias modalidades combinadas. O médico vai escolher o tratamento mais adequado de acordo com a localização, o tipo do câncer e a extensão da doença.

 

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos os tipos de cirurgia, como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos.

 

A lei nº 12.732, de 2012, estabelece que a paciente tem direito de se submeter ao primeiro tratamento no SUS, no prazo de até 60 dias a partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso.

 

Referências:

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Avaliação de tecnologias em saúde: institucionalização das ações no Ministério da Saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 4, p. 743-747, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 out. 2011. Seção 1, p. 48-55.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 2010. Seção 1, p. 88-93.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 874, de 16 de maio de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 maio 2013. Seção 1, p. 129-132.

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes metodológicas: elaboração de pareceres técnico-científicos. 2. ed. rev. ampl. Brasília, DF, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde. Brasília, DF, 2010. GRAY, J. A. M. New concepts in screening. The British Journal of General Practice, London, v. 54, n. 501, p. 292-298, apr. 2004.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Controle do câncer de mama: documento de consenso. Rio de Janeiro, 2004

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